sexta-feira, 27 de agosto de 2010

DE LAGARTA A BORBOLETA

DE LAGARTA A BORBOLETA
(Victtoria Rossini)

Sou borboleta!
Mas por ter sido lagarta
Sei o quanto metamorfoses doem.

Como lagarta
Cada perna que arrastei
Me ensinou algo

Foram passos longos
Alguns duraram dias...
Mas eu precisava


Cada folha que mastiguei
Só aproveitei delas
O que meu corpo pode absorver

Só o que assimilamos
Do que vivemos
Faz parte de nós

Só o que nos transforma
Em seres melhores
Vale a pena ser repetido

E o que não nos acrescenta mais nada
Deve ser largado conscientemente
Para seguirmos nosso caminho

Velhos casulos secos
Na beira da estrada
Também tem sua historia

6 comentários:

Anônimo disse...

Ms belle Victória,

Como o fluir da pena sobre o pápel, escrinhavando letras, que se transformam em palavras; frases; paragrafos, etc. e ao final de tudo - despe-se, e nú, desnudo de todo o manto material e da psique, se encontra o texto...

São como os poemas que você escreve, e eu os vejo e sinto, toco-os, sem necessidade de colocar minhas mãos neles - sinto por eles: você..

Como poderia sentir-me só, quando você me acompanha...

Obrigado por existir... congratulations...

Yannich magreby

Victtoria Rossini Poesias disse...

o0
Estou sem palavras Yannich!!
Surpresa e feliz, por conseguir cativar a atenção de alguem tão especial e tão atencioso, que le a alma em poucas palavras e diz tudo com algumas linhas.
Obrigada pelo carinho meu amigo.
\o/

SONHOS E VIDA disse...

Excelente elaboração poética...
Brincando com as palavras, domina-as, fazendo versos que teem vida própria...parabéns
Beijos no coração...feliz noite.

Belle de Jour disse...

Olah!
Lindo poema!
Toda mudança é dolorosa... mas se não formos suficientemente corajosos para provocar nossas metamorfoses internas... ficaremos estagnados... a margem da vida... e assim não deixaremos nossas historias nos casulos secos na beira da estrada...

Para ti um trecho de um poema de Rubem Alves:

"Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.

Mil beijos poeta!
Belle de Jour :)

le-xandix@hotmail.com disse...

eita porra que historia , assim como tudo nesse espaço tem suas rasões dentro da metamofose ambulante...

a largata que rastejava e chingava Deus por isso , um dia dentro do casulo chinga mais ainda , antes só rasteja e agora dentro desse lugar , Deus do caralho a largata critava... e logo Deus deu as asas... e assim a largata pede perdão se arrepende e agradece a Deus .... pela lição da vida

Minesse Braveheart disse...

Hello!
Belissima poesia... cujo tema leva-nos a refletir sobre a necessidade de repelir o medo que por vezes chega em nossas vidas e logo instala-se em nossos corações... impedindo-nos de ver o mundo que se descortina para alem do muro... como diz Fernando Teixeira de Andrade em “O Medo: O Maior Gigante da Alma”...

“(...) Esse medo que se enraíza no coração do homem impede-o de ver o mundo que se descortina para além do muro, como se o novo fosse sempre uma cilada, e o desconhecido tivesse sempre uma armadilha a ameaçar nossa ilusão de segurança e certeza. (...)
Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos (...) “

Congratulations!
Great day for you!
Big Kiss poet!
Minesse Braveheart